“(…) Assim, encaro Scliar como exemplo, um mestre, poundianamente falando. Sobretudo o ser humano que soube viver – na amplitude da experiência vital e no mergulho nela – para dar à sua expressão de arte a exata correspondência com o mundo interior pacientemente elaborado e disciplinado. Elaboração e disciplina: seus fundamentos, seus instrumentos. Mas em torno deles faz atuar a matéria flexível dos estímulos recém-emergidos no ato mesmo de pintar, aceitando o acaso, a surpresa e o momento novo.
(…) Captado, o mundo de Scliar é essa nova realidade – a de sempre, recuperada, e logo, mais uma vez, volatilizada – que geralmente não sabemos ver na nossa passagem diária e apressada pelas margens desse mesmo mundo real e de imaginações. Aí ele está, com os olhos que não temos.”
(Roberto Pontual, 1970)