“Do Scliar que eu conheço, apresentados que fomos por um amigo comum, Jorge Amado, eu poderia dizer, sobretudo, do seu temperamento de artista consciente, lúcido, artista no sentido maior que esta palavra pode e deve significar. Um homem sequioso de todas as manifestações dos que os cercam. Curioso de todas as coisas deste universo. Enfim, um homem do mundo, um artista universal.
Pois este homem e artista é Carlos Scliar – pintor, gravador, muralista, mas sobretudo o homem ligado aos momentos do mundo.”
Emanoel Araújo (1981)
Um sempre jovem Scliar
Foi tão forte o impulso ao ver essa exposição no Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, que a trouxemos para as salas da Pinacoteca do Estado, para que também paulistas e paulistanos pudessem sentir bem perto a jovialidade do pintor Carlos Scliar nos seus 80 anos.
A essa exposição incorporamos outras obras do início de sua carreira, como contraponto ao seu grande e eloquente percurso.
Sua obra sempre foi marcada por uma rigidez de vocabulário quase conciso, reducionista mesmo. Uma certa forma de domínio da emoção, um compromisso austero da linguagem.
Agora é que se vê o quanto ele se tornou livre, solto e irreverente, relendo seu próprio destino, revendo suas origens, desintegrando seu atavismo formal.
Êpa! Viva um artista assim como Scliar. Viva um artista com o seu talento e a sua juventude.
Emanoel Araujo (2001)